Sentiram saudades minhas?

Sim, eu sei, nos últimos dias as coisas andaram um bocadinho adormecidas por aqui e parecia não haver maneira de combater esta sonolência que me assolou. Gostava de poder explicar este fenómeno de uma forma que pudesse parecer-vos inteligente mas infelizmente para mim, isso de ser "Pensador" não tem sido de grande ajuda e, apesar de pensar bastante, e por vezes até de forma acertada, infelizmente para mim parece-me também bastante evidente que me tem faltado a parte melhor da história, que é...a inteligência, pois claro. Fica assim provado que a quantidade não mantém nenhum principio de proporcionalidade com a qualidade, mas descansem que guardo sempre um trunfo na manga e, na falta de melhor, quando me vejo apertado acabo sempre por inventar qualquer coisa tão rebuscada (que nem eu percebo) que facilmente acaba por passar por algo inteligente.

Senão vejamos...

De acordo com os dados estatísticos que a Net se farta de revelar a toda a hora (ia dizer cagar mas como vocês bem sabem eu não alinho nessas brejeirices), consta-se que os blogues só conseguem sobreviver, em média, cerca de 2 anos. Não sei dizer se esses dados serão verdadeiros porque a verdade sempre foi um principio demasiado subjectivo para ser levado em conta (a verdade que eu vejo não é a verdade que muita gente vê) mas quero confiar que o sejam, até porque o surgimento deste fenómeno está muito longe de ser uma daquelas coisas que, por norma, temos dificuldade de explicar. Sempre vi o mundo dos blogues como uma espécie de diário pessoal, no qual temos a possibilidade de escrever todas as parvoíces que julgamos importantes já que caracterizam de alguma forma algumas partes da nossa vida, com a diferença de ganhar uma dimensão muito mais virtual. Como sabem, os diários pessoais costumavam ser aqueles espaços privados onde as pessoas escreviam os seus desabafos, ódios e frustrações, mas aquilo que seria suposto ser apenas uma qualidade acaba também por ser o seu maior defeito. É privado sim, mas infelizmente para ele...tem o problema de ser demasiado, e, ainda que isso seja feito de forma anónima, aquilo que as pessoas realmente pretendem é poder contar todas as suas misérias ao mundo fazendo de conta que estavam a contar tudo isso só para elas, porque se a verdadeira intenção não for o diário ser encontrado por alguém, que possa lê-lo e divulgá-lo, que piada teria escrevê-lo? E é por isso que, normalmente, quando alguém inicia um diário (digital neste caso) as ideias parecem surgir espontânea e torrencialmente, que nem as chuvas de Outono, cuja intensidade só se equipara às cataratas do Niagara. As palavras saem com toda a fluidez, o ego cresce à medida que o número de visitas for aumentando e o mundo da blogosfera fica enriquecido com mais um espaço interessante para descobrir, já que, cada individuo representa por si só um mundo novo ansioso para ser descoberto. Enfim, em teoria tudo isso é muito bonito e só faltará o arco-íris e os elefantes a saltar de flor em flor, mas infelizmente existe um grande senão nesta história...que é aquele momento em que já cagamos tudo e dá-nos a porra de uma branca. (olha, afinal fui brejeiro!).

Acho que todo o ser humano deve conhecer muito bem esta sensação e acredito que não deve haver blogger nenhum à face da terra que já não tenha enfrentado este problema pelo menos uma vez durante a sua digital existência. Há um momento  na nossa vida em que sentimos simplesmente que esgotamos todas as nossas ideias e que já não temos mais nada para dizer ao mundo. Dá-nos assim tipo uma "apagão"psicológico, percebem? um bloqueio da mente ou até mesmo a inquietante sensação de termos o cérebro vazio. Se calhar, dentro de nós, continua a existir muita coisa que ansiamos deitar cá para fora, nem que seja apenas asneira, mas falta-nos a paixão, vontade ou força anímica para o fazer, e, por força disso, as palavras não conseguem saltar para o teclado e acabamos por não dizer nada. Parecemos atacados por uma espécie de letargia espiritual, que muitas vezes também gosto de chamar de "preguicite aguda". Enfim, ao longo da minha digital existência (gostei deste termo e já por isso decidi aplicá-lo novamente), que, caso não saibam, foi iniciada em 2007 depois de muitos shots metidos na tripa e um encontro amoroso mal sucedido que fez-me confundir a Lili Caneças com a Cristina Ferreira, já conheci essa sensação por duas ou três vezes, que resultaram sempre num desaparecimento temporário do mundo da blogosfera. Primeiro, talvez resultado de algum fastio ou cansaço cerebral, desapareci em meados de Fevereiro de 2009 e só voltei no mês de Julho do ano seguinte. Depois, durante cerca de um ano mantive-me por cá e brindei o meu público com textos de inegável valor literário que, verdade seja dita, talvez apenas José Saramago consiga suplantar, e um sentido de humor terrivelmente delirante que muita gente diz ser único e sem igual (cuja esta minha última referência a Saramago poderá facilmente comprovar), para depois voltar a desaparecer, desta feita por razões de saúde que foram devidamente explicadas aqui e aqui, e ressuscitar passado outros dois anos. A partir dai, nem eu sei como é possível explicar isto. Escrevi um único post, que, modéstia à parte, deve ter sido das coisas mais lindas que escrevi e prometia anunciar o meu regresso em grande - fazendo com que toda a gente já rejubilasse de alegria -, mas estranhamente acabei por não publicar mais nada e desapareci logo depois. Voltei passado 4 meses para satisfazer o maior momento epifânico que tive o desprazer de sentir até hoje e que levou-me a publicar esta porcaria e paff...voltei a sumir que nem aquelas bananas que certos presidiários conseguem fazer desaparecer no rabo quando se sentem aborrecidos por detrás das grades e estão armados em mágicos. Felizmente depois disso consegui reaparecer...3 anos e alguns meses depois (mais ano, menos ano)...e desde então tenho conseguido manter-me por cá. Tem graça mas agora que tive a possibilidade de contar melhor, apercebo-me que afinal não foram duas nem três mas sim quatro as vezes que desapareci, o que não tem relevância nenhuma para quem me lê, mas como eu sempre fui viciado em pormenores que só interessam à quinta pata do burro que costuma aparecer no presépio para aquecer o menino jesus, achei particularmente importante mencionar isso. Se ficarem confusos e tiverem alguma dificuldade para acompanhar a minha linha de raciocínio, façam de conta que sou o "orelhas" do Benfica quando ele aparece na televisão a pedir ao mundo do futebol para que haja mais verdade desportiva. Bem, verdade seja dita, talvez este não tenha sido o melhor exemplo, já que...até eu acabei por baralhar-me. Luís Filipe Vieira e verdade desportiva são coisas que não costumam ligar muito bem. Aliás, fiquei tão baralhado que já nem sei porque razão lembrei-me de escrever este post, e quando alguém já não sabe o que há de dizer mais vale ficar calado. Fui.

Ps: Mas quem me manda a mim falar do Benfica? Talvez me lembre do resto amanhã... :)

2 comentários:

  1. :)
    para já li este texto e vou ter de voltar para seguir os links para outras páginas
    (eu tenho conseguido manter-me por cá sem grandes brancas porque normalmente consigo fazer posts em que não digo nada)

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    1. Invejo-te Redonda! a mim quando me dá brancas, é mesmo a valer...e só consigo ultrapassá-las alguns meses ou anos depois...hehehe

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A frase mais estúpida que poderá ser dita aqui é: "Para Pensador pensas pouco..."
A mais inteligente é: "És tão lindo Pensador..."