
Como é do conhecimento da maioria,
a pequena Esmeralda encontra-se neste momento a passar as suas férias de Natal
(E Ano novo!) na companhia do seu progenitor biológico, vulgo Baltazar Nunes, por na passada 6ª feira, quando seria suposto a miúda recolher ao seu leito materno na intenção de passar o ano novo juntamente com os seus pais, ter-se visto obrigada pelo Tribunal de Torres Novas a permanecer naquela casa até 05 de Janeiro.
A intenção do Tribunal é tudo menos inocente, e se calhar, justificável neste caso, face ás pressões internas e aos sucessivos epítetos desagradáveis que logrou ganhar, por vias da inoperância que a justiça demonstrou ter, neste e noutros processos polémicos, no sentido de fazer cumprir a lei perante os seus cidadãos.
A hora era do tudo ou nada, e assim sendo, aproveitaram estas nini-férias escolares e o falso pretexto do Natal, para afastar a miúda durante uns dias da influência do casal Gomes, e colocar em prática um plano - muito arriscado - do tipo "Ou racha ou mata".
Por muito boas que sejam as intenções
(Seria melhor dizer aflições...) dos magistrados, quando a teoria mostra ser ineficaz perante a honestidade emocional de uma criança, por vezes é preciso recorrer a meios menos ortodoxos e a finalidade justifica claramente as lágrimas derramadas pelo caminho.
No fim de contas, é a competência da Justiça e dos seus Magistrados que está em jogo, certo?
Ao principio vai chorar muito, percebem? Mas com alguns iogurtes, ovos Kinder e algumas palmadinhas no rabo, ela irá acabar por esquecer tudo...e o mundo de imagens da Justiça Portuguesa continuará a sair incólume desta história.
Não sei o que pensar nesta hora. Sinto, por uma via, alguma satisfação adjacente à vontade de ver essa criança ser entregue ao pai biológico, para que se lhe acabe de vez essa aura de "chulice" que o tem caracterizado e o tipo se veja obrigado a custear a alimentação/educação da miúda, em vez de alimentar a possibilidade de viver à custa dela.
Nessa altura, face à aquilo que irá - de certo - se verificar, muitos terão a oportunidade única de derramar algumas lágrimas de crocodilo...e, aos 18 anos, sequer ao menos, essa criança ganhará o direito de ter vontade própria e poderá também decidir o seu futuro, sem ver a sua vida condicionada pela aselhice de terceiros
.(Isto claro, se ela não fugir de casa antes disso..)Mas por outra via, sinto uma grande tristeza pelo casal Gomes.
No fim de contas, as suas intenções foram nobres desde o inicio. Suportaram muito e sofreram outro tanto, quando apenas quiseram acolher esta criança e amá-la como se deve amar uma filha.
Como se sentirá um pai ou uma mãe numa hora destas? Espero nunca vir a saber.
Mas também não me é difícil saber que, caso a miúda venha a ser entregue ao pai biológico desta forma tão desonesta, irá florescer no coração do casal Gomes, um grande sentimento de impunidade, de injustiça, e só espero, que quando tudo estiver realmente perdido, o Baltazar Nunes não venha a pagar a "fava rica" desse sentimento.
Para alguns, o orgulho não tem preço, e para o Sargento...muito menos.
Mais uma vez, o amor pela Esmeralda será determinante para que esta novela não venha a acabar em drama.
Agora, restam apenas muitas dúvidas que só o futuro poderá dissipar.
Certezas? Apenas uma. Este caso ficará para sempre guardado na memória dos Portugueses como a maior "Nódoa negra" à manchar a trémula credibilidade da Justiça Portuguesa.