Já alguém tinha afirmado no passado, que para Um povo ser humilde, tinha que ser escravizado.
Foi uma ideia que sempre me assustou e a qual nunca quis alimentar.
Mas eis que nos chegam notícias destes recordes alcançados pelo Banco Alimentar Contra a Fome, quer em alimentos doados quer em números de voluntários dispostos à ajudar, e vejo-me de repente a questionar-me a mim próprio se estas noticias não seriam uma prova visível de que a afirmação citada...até tivesse um fundo de verdade.
Em tempos de crise, deixamos de ser tão egoístas, somos mais humildes e o nosso coração fica mais aberto a quem precisa.
Talvez porque começamos a ver/perceber melhor o significado de se viver na pobreza.
De viver à margem, excluído, sem voto...
Talvez porque a dor sentida por todos aqueles que vivem nos meandros da miséria e na angustia de saber como hão de conseguir alimentar a sua família, começa a tocar-nos...bem fundo na nossa alma.
Porque nós também temos filhos...
Nós também temos família...
E nós também sentimos amor por eles...
E então começamos a pensar em tudo o que isso significa.
Naquilo que valemos, tanto para nós como para o mundo.
Naquilo que poderíamos sentir se um dia estivessemos no lugar de um desses necessitados...
..e recebêssemos naquela hora, uma mão estendida...
..um carinho, um sorriso, um abraço amigo...
Em forma de Farinha, de Arroz, de Açúcar, de Pão...
....
Talvez porque...
...O "ser humano" até seja mesmo generoso afinal...
Como sempre contribui. Aliás este ano contribui por duas vezes dado que tive que ir a dois hipermercados e em ambos decorria a iniciativa.
ResponderEliminarDiscordo que seja necessário a crise agudizar-se para o povo português demonstrar a sua solidariedade. Faz parte da nossa própria natureza sermos solidários e repartir o muito ou pouco que temos. Nunca virámos as costas a uma onda de solidariedade ou de apoio a uma causa.
Mas há um facto curioso: enquanto aguardava pela minha vez para entregar a saca (e refiro-me em particular a um dos hipermercados), pude constatar que as pessoas que "aparentavam" ser mais "desafogadas" (e isto da imagem que transmitem tem muito que se diga porque muitos só vivem para a imagem e em casa passam fome), eram aquelas que tentavam percorrer um caminho mais longo para "fugir" à entrega das sacas.
Mas o que interessa é que, uma vez mais, algumas famílias vão poder ter algumas refeições.
Nota - Sei que não é importante mas desta vez coloquei dois chocolates em forma de pai natal. Podem dizer que não alimenta de forma conveniente o corpo mas, que se "lixe", irá alimentar o espírito de uma criança.
Afinal estamos perto do Natal...
Beijo
E podem dizer que o Natal é comercial... mas se faz as pessoas mais solidárias, é maravilhoso.
ResponderEliminarNina, tem graça que o teu comentário começou por rebater um pouco a ideia de que seja necessário a crise agudizar-se para o povo português demonstrar a sua solidariedade, e depois...acabastes por corroborar essa ideia através do teu relato sobre o que chamastes de "facto curioso".
ResponderEliminarOra pensa um pouco, porquê que as pessoas que "aparentavam" ser mais "desafogadas" eram aquelas que tentavam percorrer o caminho mais longo para "fugir" à entrega das sacas?
Simples. Porque fazem parte do grupo das pessoas que não são/foram fustigadas pela crise, e já por isso, não ganharam ainda o sentimento humilde que os incentiva a responder ao chamamento da solidariedade.
E para esses, só digo: "Coitados, devem ser pessoas muito tristes..."
Um beijo grande para ti...e fico feliz de saber que haverá 2 crianças que poderão ver o seu espírito natalício alimentado graças a ti...
:)
S*, Perfeitamente!
O natal consegue fazer sobressair tudo o que de melhor existe em nós.
Se dizem que o ser humano é bom por natureza, fico feliz por ver o Natal ser um elo de valor, um alicerce decisor dessa dita natureza.
Bjs