Não raras vezes, quando entro de manhã no meu tasquinho de eleição para tomar uma deliciosa torradinha com manteiga acompanhada por uma saborosa meia de leite (pelo menos dá sempre o cheiro disso, mas já o sabor...), acabo por dar comigo a ter conversas surreais com o dono desse café. Acreditem, o tipo é uma preciosidade rara.
Para quem não conseguir ver o filme, diguemos que ele é o tipo de pessoa que raramente tem razão e odeia admiti-lo. É tão narcisista e convencido, que se torna quase impossível levar a bom termo qualquer tentativa de conversa que seja com ele.
Por causa do seu temperamento, não são também raras as vezes que acabamos os dois amuados e de costas voltadas um para o outro.
Mas ele também tem uma faceta bonita. É uma pessoa que não gosta de ficar zangado com ninguém, nem suporta sentir que alguém está zangado com ele.
É por isso que, sempre que nos zangamos, ele deixa passar algumas horas (ou dias!) e depois acaba por tentar recompor as coisas, através de um bom temperamento, de um sorriso espontâneo, de algumas piadas engraçadas (quem diria!) e de um café (bem tirado desta vez..) que ele insiste em nos oferecer em sinal da sua boa vontade.
Vício ou fruto da sua personalidade, a verdade é que depois das "pazes" feitas, o seu discurso costuma sempre acabar numa frase que lhe é muito peculiar: "Todo o mal que te desejo é que Deus te dê muita saúde".
Ao que eu costumo responder: "E a si, o dobro da saúde que você me deseja..." :))
Ele percebe a brincadeira e ficamos por ali.
Vem isto a propósito de uma notícia que li esta manhã e que colocava em destaque uma afirmação, também ela muito peculiar, proferida pela Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, durante a sua visita a Portugal:
"Brasil poderá ajudar Portugal como Portugal ajudou o Brasil economicamente..."
Oh Dilma, Dilma...que és mais diplomática do que eu, isso não é de estranhar (nem sequer difícil), mas que consigas dizer isso sem te rires nem um bocadinho, lá nisso, tenho que te tirar o chapéu. És genial.
Mas ao contrário do meu amigo tasqueiro, Portugal (a imprensa neste caso) é que parece não ter percebido a brincadeira...
Ela só está a aplicar o princípio da reciprocidade, também conhecido como "amor com amor se paga".
ResponderEliminarNina, também foi essa a ideia que retirei da afirmação da Dilma.
ResponderEliminarO pior, é que o nosso país anda tão mal das finanças e a pedinchar tudo e todos que já nem as ironias consegue perceber.
E as ironias do destino, então essas é melhor nem falar.. :) bjs
Dilma, Dilma...Portugal ajudou o Brasil economicamente? Quando???
ResponderEliminarAnónimo, tenho uma proposta para si.
ResponderEliminarPorque não pôe essa sua cabeça a funcionar?
Releia o post...devagar...pausadamente...sem pressas...e as vezes que for necessário até você conseguir percebê-lo.
Vá-la, um pouco de coragem. :)