E a minha última reflexão de 2017 vai para...

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...esta noticia que saiu no Correio da Manhã pouco tempo antes de festejarmos o Natal e que devido a isso acabou por retirar-me alguma disponibilidade para conseguir abordá-la apesar de nutrir bastante interesse no assunto.

O ano de 2017 pode ter sido proveitoso e bonito para muita gente mas não terá sido seguramente para a vida do comendador António da Silva Rodrigues, dono da empresa Simoldes e considerado o quinto homem mais rico de Portugal. Depois de ter visto nos inícios deste ano a sua mansão situada na freguesia de Ul, em Oliveira de Azeméis, ser assaltada pelos amigos do alheio e a sua fortuna sofrer por vias disso um pequeno abalo de alguns míseros milhões de euros (à volta de dez segundo se consta), eis que agora o referido milionário caiu nas malhas do golpe mais velho do mundo; o golpe do baú. Ou melhor, trata-se de algo bem pior ainda, vamos antes chamar-lhe o golpe do "Velho babão" porque o golpe do "baú" costuma trazer o beneficio de alguém ficar casado com uma mulher bonita e muito mais nova do que ele mas neste caso não houve sequer direito a nada disso. Esta história leva-nos a crer que foi apenas a porcaria de um encontro sexual realizado num hotel do Porto que correu mal e que, em vez de centenas ou milhares, poderá custar ao senhor em causa alguns valentes milhões de euros. O comendador de 75 anos bem tentou fugir à sua responsabilidade neste processo, recusando submeter-se a todos os exames de ADN para os quais tinha sido convocado, mas o Tribunal de Família e Menores do Porto não foi em cantigas e perante a insistente recusa deste último de submeter-se aos referidos exames acabou por dar razão à queixosa brasileira Amanda Carvaho, de 40 anos, declarando o empresário como pai oficial de um menino de 8 anos. Obviamente que esta decisão poderá ser alvo de recurso e não faltará ao acusado os recursos financeiros necessários para fazer isso mas não me parece que ele possa ser bem sucedido porque faça ele o que fizer a única forma de provar a sua inocência é submeter-se aos respectivos exames de ADN e por alguma "boa" razão ele tem estado a fugir sempre deles até hoje. Não há dúvidas de que o mundo deu uma volta de 360º e não fico nada admirado por haver tanta gente com saudades dos tempos de antigamente, muito particularmente da parte das fracções mais ricas da sociedade. Não há assim tantos anos atrás quem era rico podia levar uma autêntica vida de Rei e o seu poder fazia-se sentir na sociedade. As pessoas trabalhavam arduamente e muitas vezes de sol a sol, no maior quadro de miséria, apenas para receber o mínimo suficiente para garantir o seu sustento e das suas famílias, a raça negra era tratada como escrava em muitas partes do mundo e as mulheres que serviam nas "boas" casas, fossem elas casadas ou solteiras, para além de cuidar da comida e das limpezas, muitas vezes eram também assediadas moralmente e abusadas sexualmente pelos patrões. Se uma delas tivesse o azar de ficar grávida em resultado disso, era logo despedida na hora pela patroa, injuriada, difamada e com mais um filho a caminho para sustentar e sem direito a qualquer tipo de indemnização. E guardavam tudo no maior segredo por causa da vergonha. Mas agora o mundo virou autenticamente de pernas para o ar. Hoje a sociedade perdeu toda a vergonha que tinha. Actualmente as pessoas trabalham em troca de salários (ainda que eles continuem a ser miseravelmente baixos em Portugal), trabalham em fábricas de costura mas conduzem Audi's e Mercedes topos de gama, exibem telemóveis que vão dos 300 aos 1000 euros e frequentam os mesmos restaurantes dos patrões. Alguns tem até melhores casas do que eles. Hoje os empregados possuem direitos e regalias que estão religiosamente consagrados na lei e se algum patrão perder a cabeça quando vir uma empregada curvada no chão com o rabiosque demasiado levantado por tentar retirar algo debaixo do sofá, já sabe que se fizer alguma asneira depois irá ter que responder em tribunal e abrir os cordões à bolsa. O mesmo se passa com aqueles que gostam de pular a cerca ou mijar fora do penico. Antigamente eram os ricos que se aproveitavam da miséria dos pobres, hoje são os pobres que lançam armadilhas e aproveitam-se das fragilidades dos ricos. Que mundo cruel este, não é verdade? Era tão bom o tempo onde todos os abusos eram permitidos e não havia lugar a consequências, logo que o "prevaricador" fosse um senhor, doutor, regedor, comendador ou fulano de tal. O tempo onde só os ricos podiam estudar, crescer, evoluir, enfim, ser grandes, e os pobres só tinham o direito de servi-los. De prestar-lhes vassalagem. De fazê-los sentirem-se verdadeiramente ricos...

Nada daquilo que se pode ver hoje, quero eu dizer...

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A frase mais estúpida que poderá ser dita aqui é: "Para Pensador pensas pouco..."
A mais inteligente é: "És tão lindo Pensador..."