Os ricos pobres...

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Delicia-me particularmente ver alguns emigrantes que estão a chegar por esta altura para passar as suas férias em Portugal, depois de, num passado mais ou menos recente, terem ganho alguma má fama na freguesia e saído dela com uma mão à frente e outra atrás para tentar melhor sorte no estrangeiro, e vê-los agora a conduzir um bruto carrão (seja do próprio, roubado ou alugado, isso pouco importa), armados agora em grandes patriotas, buzinando a alto e bom som quando passam junto dos cafés e levantando bem a mão para o pessoal que está na esplanada, como quem está a dizer-lhes:"Olhem cambada de morcões, olhem para mim agora!" e depois não ver ninguém retribuir-lhes o aceno de volta. Delicia-me ainda mais vê-los ao fim de 15 dias, depois de terem bebido uma boa dúzia de finos com Martini ou cervejas, a lamentarem-se da vida com um qualquer outro bêbedo que conseguiram "agarrar" no balcão do café - e que só está lá para beber à custa dele - , dizendo que as pessoas da freguesia estavam cheias de manias e que só lhe tinham inveja, porque quando passava por eles a maioria fingia não o ver ou esforçava-se para não o reconhecer. Não percebo a lógica destes indivíduos. Vão para o estrangeiro com o propósito de ganhar bom dinheiro, comprar um bom maquinão e meter raiva à freguesia como se estivesse a vingar-se ou a cuspir nela e depois ficam chateados por ver o pessoal...sentir raiva dele? Mas não foi esse precisamente o propósito que ele queria atingir? Quem trabalha para provocar a raiva de alguém pode esperar receber admiração, respeito ou amor de volta? Se mete nojo, recebe nojo, é assim tão complicado entender isso? É como eu sempre digo: Não serve de nada ficar mais rico (ou mais abastecido vá lá) se a mentalidade da pessoa continuar pobre como sempre.

4 comentários:

  1. Mais um tema digno de pano para mangas. Lamentavelmente, esse género ainda existe. Obviamente há de tudo, assim como há quem tenha conseguido por cá a sua sorte e depois também consegue ter carrões e afins...
    Acho piada quando falam alto, de modo a "aparecer" para o vizinho apreciar. Como se lá fora tudo fossem rosas...
    Por vezes algumas pessoas passam por ridículas e sem necessidade, mas metem-se a jeito.
    Repito, há de tudo mas não deixa de ser verdade o que referes, pois ainda acontece. Facto.

    Gosto de ver o cachecol ou a bandeira portuguesa nos ditos carros, acho lindo (Ah, a ironia!). :)

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    1. Compreendo que eles queiram atingir uma certa supremacia sobre os outros mas o problema deles é não perceber que ninguém gosta de ser gozado ou humilhado. Ainda para mais o povo português sempre gostou muito de ser bajulado mas nunca gostou de bajular ninguém, logo, isto só podia dar trampa da grossa. :)

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  2. É mais a necessidade de demonstrarem que passaram a ser alguém...no mundo das aparências.

    Beijos

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    1. Não sei não nina. Mesmo o mais insignificante dos mortais acha-se mais importante que todos os outros. Isso é algo que é intrínseco ao ser humano. Vou mais pela via de querer afirmar a sua supremacia face aos outros, mesmo que seja só aparente.

      Bjs

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A frase mais estúpida que poderá ser dita aqui é: "Para Pensador pensas pouco..."
A mais inteligente é: "És tão lindo Pensador..."