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Se o arrependimento matasse, nesta altura, se calhar, pelo menos 59 milhões de americanos já estariam debaixo da terra. Este número representa nada mais nada menos do que o número de imbecis que no passado dia 8 de Novembro de 2016 decidiram votar no pato Donald (Trump) para ocupar a posição de presidente dos Estados Unidos da América. Primeiramente, devo dizer que compreendo perfeitamente o que levou esse universo de pessoas a cometer uma tal asneira. Embora tenha sido num quadro particularmente diferente, em Portugal também já ocorreu uma situação parecida em Janeiro de 2007 quando, numa clara ação de protesto e alguma vingança pelo rumo político seguido nos últimos 30 anos, decidiram eleger António de Oliveira Salazar para melhor português de sempre no famoso concurso promovido pela RTP. Mas mesmo com motivações tão justificadas, qual seria o maior problema de votar num idiota chapado para um cargo de tamanha responsabilidade? O maior problema estava bem visível a todos. Era a possibilidade real desse idiota poder ganhar as eleições caso houvesse muita gente com a mesma linha de pensamento. E foi precisamente isso que aconteceu. No dia seguinte às eleições...os Estados Unidos acordaram todos para a triste realidade de que tinham acabado de eleger um mentecapto para comandar a maior nação do mundo, e se a vida parecia má nessa altura, com aquele imbecil no poleiro, ela estava em vias de tornar-se verdadeiramente massacrante. É muito bonito estarmos insatisfeitos e querermos que a nossa voz consiga chegar até as mais altas esferas para revelar a nossa mensagem de protesto, mas há certas coisas que, quando se tem oportunidade e mesmo apetecendo, nunca se deve brincar. Os americanos, confiantes, atrevidos, e arrogantes como sempre foram, decidiram brincar um bocadinho e com isso colocaram as mãos (cabeça, tronco e membros) no fogo. Em Portugal há uma expressão que por vezes gostamos de dizer que é: "Ajoelhou, agora vai ter que rezar". Assim, temos muita pena meus meninos...mas agora vocês também vão ter de se queimar.
Donald Trump representa o expoente máximo do que há de pior no capitalismo. Trata-se da mais fiel representação daquilo que consideramos o autêntico e verdadeiro "porco" capitalista. Aquele que é capaz de tudo fazer pelo dinheiro, nem que tenha de vender a sua alma ao diabo ou sacrificar a sua própria família. As suas motivações para concorrer à Presidência das EUA são claras como água e nem precisam de ser enumeradas. É apenas uma. Sua única motivação, é deixar de ser podre de rico para tornar-se podre de rico elevado até ao extremo do infinito. Quer lavar-se com dinheiro, limpar-se com dinheiro, nadar em dinheiro, amar o dinheiro, fazer sexo com o dinheiro, comer notas de 5 dólares e cagar notas de 100. Correu para a presidência dos EUA apenas com o objectivo de fazer crescer/alargar ainda mais o seu império, promover os seus negócios no mundo inteiro e os negócios dos seus familiares e/ou amigos com quem mantém uma estreita relação de interesses. Conseguem imaginar quantas empresas de construção civil esfregaram as suas mãos quando, em plena campanha eleitoral, ouviram aquela coisa dizer que mal fosse eleito presidente ia construir um muro na fronteira entre os EUA e o México? Conseguem imaginar quantas empresas de diversos ramos esfregaram as suas mãos quando ouviram aquela coisa dizer que mal fosse presidente ia pôr um fim ao "Obamacare", que, entre outras coisas, obrigava toda a empresa com mais de 50 empregados a pagar um plano de saúde para todos os funcionários com mais de 30 horas de trabalho semanais? Conseguem imaginar quantas empresas fabricantes/fornecedoras de armas e material balístico diverso (aviões, navios, misseis, etc..) esfregaram as mãos quando ouviram aquela coisa dizer que mal fosse presidente ia dar um forte impulso às despesas militares (de 500 milhões para 1 bilião de dólares!), aumentar em 90 mil os efetivos das forças armadas, criar uma marinha com 350 navios e ter mais 100 caças, e obrigar os países participantes da NATO a contribuir com os 2% do PIB (comprar armas) que todos definiram como cota mínima anual e ninguém cumpria (exceto os EUA que tinham interesse na matéria)? É preciso dizer-vos mais? Só nestas poucas questões que referi, conseguem também imaginar os contactos, o jogo de influências, as contribuições para o partido e as movimentações imediatas que houve nos "bastidores" para que o tipo fosse bem sucedido e pudesse sair vitorioso nas eleições? Toda a gente queria mamar à custa dele!
Agora, como seria de esperar, e já depois de ter
assinado ainda há dias com a Arábia Saudita o maior contrato de vendas de armas da sua história (através do seu genro), Donal Trump, consciente de que o povo americano jamais lhe atribuirá um novo mandato de presidente nas mãos, decidiu-se por fim a rasgar o tratado de Paris com o intuito de cumprir os
acordos-não-oficiais que deve ter assinado com as empresas produtoras de carvão - situadas em Estados como a Virgínia Ocidental, Ohio e Pensilvânia - e talvez para aliviar também a pressão ambiental que estava a ser exercida sobre todas as empresas americanas em geral. É inegável que a saída da América dos acordos assinados em Paris representou um claro retrocesso para o progresso e o futuro da humanidade, mas para um tipo que todos os dias come e caga dólares, cheques, avenças e coisas assim, a humanidade é um conceito que lhe faz imensa confusão na cabeça a não ser, claro, que a cabeça, sexo e os braços dos homens sirvam de cabides para ele pendurar os seus casacos de pele e a vagina das mulheres possam também servir de terminal multibanco para ele passar o seu cartão de crédito. Enfim, no sei como toda esta comédia, esta "Trumpalhada" irá terminar, mas sinto receio que através dele a América se coloque numa situação de descrédito tão grave e tão profunda a nível de influência, parcerias e reputação internacional, que, quando o tipo for finalmente corrido a pontapé da presidência, os americanos acordem para a triste realidade de que já nada representam para o mundo e que foram atirados para o fim da fila quando poucos anos anos iam sempre a frente e tinham uma posição prestigiada em qualquer domínio. Digo "receio" porque face às particularidades dessa nação, e à fluidez do seu temperamento, acredito que os americanos não irão aceitar muito bem essa situação e quando não há forma de recuperar o "atraso" perdido através do falso arrependimento e da falsa demagogia, pode muito bem lembrar-se de ameaçar o mundo com a força dos seus argumentos "nucleares". Sim. ouviram bem. Considero que num futuro próximo, mais do que a Rússia, a China ou até a Coreia do Norte, a América irá tornar-se na principal ameaça para a paz no mundo.