Mulher, religião e terrorismo...

E eis que surgiram novos atentados terroristas na Europa. E eis que morreram de novo pessoas inocentes à custa de um ideal religioso. Desta vez foram 15 mas podiam ter sido muitas mais. Dezenas, centenas ou milhentas mais. De todas as piores formas de morrer conhecidas no mundo...esta é seguramente a mais estúpida. Hoje fiz um pequeno momento de silêncio e pus-me a reflectir sobre o surgimento deste novo flagelo. Matar em nome de Deus...mas como é possível alguém acreditar numa ideia tão fantasiosa? Até parece que, se houvesse realmente algum "Deus" no mundo ele iria mesmo precisar da ajuda de seja quem for para dar uma lição aos homens. Obviamente que não sou religioso e louvo todos os dias a nossa mãe natureza por me ter criado assim, mas daquilo que pouco sei sobre o assunto, não pode ser considerado uma tremenda insolência alguém pensar sequer que "Deus" esteja a precisar a ajuda dele para resolver as coisas? Isso não é blasfemar a sua omnipotência? Nem pode ser interpretado como um acto de soberba e a vontade de alguém querer colocar-se ao mesmo nível do seu Deus? Como se também fosse uma espécie de Deus-homem na Terra?. Francamente, se "Deus" é criador de tudo o que existe e quisesse dar algum recado a alguém bastaria que ele estalasse os dedos para que tudo desaparecesse à sua volta. Por isso, é medonho as desculpas que o homem inventa só para matar pessoas de uma forma que não lhe faça doer a consciência. Algo que consiga camuflar a sua natureza assassina. Porque é só mesmo disso que se trata. De gente má e humanamente miserável que alimenta uma interminável sede de sangue e de vingança. Por detrás de todos estes crimes, há uma pronunciada e inegável fome de morte, mas como a religião islâmica não permitia este tipo de crimes e assustava-os desde sempre com a ameaça do "inferno" tiveram que reformular alguns conceitos e criar ideias novas. Desculpas novas. Sempre foi assim e sempre será assim com a religião. No passado tivemos as Cruzadas e a "Inquisição" do catolicismo que mataram milhões de pessoas e no presente temos o "DAESH" a semear o terror no mundo usando incorrectamente o poder da fé islâmica. E qual é a verdadeira razão? O dinheiro como sempre. Dinheiro, fortuna e Poder. É sabido que ninguém fica rico sem roubar, e se as grandes fortunas já estão nas mãos de famílias poderosas, a melhor forma de conseguir chegar até elas é promover uma guerra, seja qual for o seu teor. Para mim esta guerra "santa" está muito longe de ser apenas religiosa. As religiões nunca foram concebidas para ser um problema porque, em teoria, todas elas são bonitas e falam de paz e de amor entre os seres humanos. O verdadeiro problema reside nos homens e naquilo que são capazes de fazer quando ficam aborrecidos da vida e são cegos pela cobiça e pelo ódio. Porque há dois grupos de homens nesta equação cujo grau de culpabilidade é bem evidente e está devidamente pesado na balança. Há aqueles que alimentam a máquina do "ideal religioso" e enriquecem à custa dele e há aqueles que não são ninguém para o mundo. Aqueles que não são nada. São apenas carne para canhão. Bonecos e marionetas nas mãos de homens reconhecidamente astutos - "pensadores" ao serviço do mal - que sabem ver e reconhecer facilmente as fraquezas dos homens. Ninguém gosta de saber que a sua vida não tem significado, que não representa nada para o mundo, e porque sabem que não são ninguém querem dar algum sentido à sua existência sendo recordados como mártires. Porque nenhuma ideia consegue ser tão forte e perdurar tanto no tempo do que a ideia da "martirização". Para provar isso, basta ver o exemplo da crucificação de Jesus Cristo...


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Sempre que ouvimos notícias de atentados como aqueles que aconteceram recentemente na Catalunha, a maioria dos suspeitos entretanto revelados pelos meios de comunicação social parecem seguir todos o mesmo padrão. Não se trata de refugiados nem de indivíduos que conseguiram introduzir-se clandestinamente na Europa para realizar os seus atentados mas sim de miúdos adolescentes ou pré-adultos que tornaram-se marginais dentro da sociedade que os acolhe e que cresceram com a protecção e patrocínio da nossa democracia. São miúdos jovens e desocupados que não têm oportunidades de emprego devido à fraca imagem que vão semeando à volta deles e a certos preconceitos raciais que ainda subsistem na sociedade. São também miúdos de cabeça vazia, que não têm objectivos nem percebem nada sobre os valores da vida. Amantes de "RAP" pesado que incitam os jovens à desobediência e violência, e fieis consumidores de "charros" e outras drogas leves, tornaram-se dessa forma alvos perfeitos para os doutrinadores do ódio e da desgraça. A escola, a única que poderia salvá-los deste embuste, nunca conseguiu fazer nada por eles porque existem diferenças culturais ancestrais que estão demasiado enraizadas e são praticamente impossíveis de ultrapassar sobretudo se o sujeito estiver constantemente pressionado pela herança cultural da sua família, fazendo com que a aprendizagem do sujeito seja um processo inútil e extremamente penoso, como acontece muitas vezes também com o povo cigano aqui em Portugal. Sem oportunidades e sem perspectivas de futuro, e como passam também o santo dia sem fazer nada, acabam por ter demasiado tempo disponível para pensar em asneiras, ver porcarias e ouvir coisas que não devem. E como alguns gostam de fumar uns "charritos", algo que, se calhar, a família também não deve saber porque vai contra os preceitos da religião deles, acabam por cometer alguns pequenos ou grandes delitos para pagar o vicio e vêem-se também a braços com alguns problemas na justiça.

Mas tem mais! Para agravar este cenário, verifica-se também actualmente um confronto entre duas maneiras de agir e viver em sociedade totalmente opostas. A religião é um grande motivo mas existe outro muito menos visível mas que eu considero ser o mais importante. Parece-me incrível que os estudiosos e os grandes "pensadores" da nossa era não tenham reparado ainda na grande razão que está por detrás deste conflito: A mulher. Sim, vocês ouviram-me bem. Pode não parecer à partida mas as mulheres são talvez o maior motivo para o surgimento desta nova vaga de terror no mundo. Com efeito, é sabido que o papel da mulher nunca foi e continua a não ser visto da mesma forma nestes 4 cantos do planeta. Embora continue a haver uma fracção dentro do universo masculino que resista e combata essa vontade, ao longo dos anos a Europa tem aprendido a valorizá-la e tenta caminhar a passos mais ou menos largos no sentido de promover uma plena e justa igualdade de géneros. Mas há lugares no mundo onde, infelizmente, as mulheres continuam a ser desvalorizadas ou maltratadas, e há outros ainda, onde a sua vida vale até menos do que alguns animais domésticos. Ora, para quem vive num país laico como a França, onde a mulher é muito protegida e tem até mais direitos do que o homem, não é de admirar que as mulheres provenientes de outras culturas "aparentemente menos amigas da mulher" se sintam suficientemente confortáveis e protegidas para desafiar os velhos dogmas dos seus laços culturais, tentando fazer valer os seus direitos. É um reflexo evolutivo lógico, uma mudança de mentalidades que nenhum ser humano tem a capacidade de impedir, porque se assim não fosse, ainda hoje Portugal estaria a viver sob a influência do "Salazarismo". Mas que acontece se a parte "masculina" desta equação não quiser aceitar essa dita mudança e continuar a ser ensinada socialmente para a promulgação eterna dos seus velhos hábitos e costumes? Simples, vai acontecer o que está a suceder hoje. As mulheres querem evoluir, querem crescer e ser emancipadas, mas os homens não querem permitir essa evolução para não perder o seu "poder" sobre elas. Os homens querem continuar a dominar o planeta como sempre fizeram sem terem que se esforçar muito. Mas se a mulher está devidamente protegida pelas leis do país e ninguém consegue obrigá-la a recuar nas suas intenções, que pode o homem fazer para reclamar de novo o seu poder sobre ela? Não pode, é uma inevitabilidade impossível de combater em países laicos e democráticos porque está alicerçada sobre o maior valor da democracia; A liberdade do ser humano. Assim, quando o homem que foi ensinado a ser senhor de tudo dá-se conta de que, afinal, já não tem poder sobre nada, quando esse jovem ou pré-adulto percebe que a maioria das mulheres já não vivem para servir o homem nem se sentem dispostas a "vergar-se" perante a sua autoridade, ele fica irritado e acaba por entrar numa espécie de depressão anti-social. Fica confuso, revoltado, sozinho, fragilizado. E quando alguém se encontra fragilizado, e está carente de amor, de atenção e compreensão, basta surgir alguém no seu caminho que saiba dizer-lhe as palavras certas no momento certo, que jure compreendê-lo e estar incondicionalmente do seu lado, e esse alguém passa a ser um "Deus" para ele e poderá manipulá-lo da forma que quiser. Foi o que já se passou em França, foi o que se passou agora na Espanha e é o que vai se passar em muitos outros lugares daqui em diante. Desengane-se quem pensar que isto vai terminar um dia porque não vai. Para anular isto, tínhamos que fazer desaparecer a delinquência, a Internet e o fanatismo religioso no mundo e quem é que consegue fazer isso? É assustador dizê-lo...mas a nossa "Democracia", ao invés de criar um mundo mais cívico, de proteger os seus cidadãos, promover uma sociedade mais justa e garantir a liberdade dos homens, só tem estado a criar os seus futuros carrascos. O maior problema da Democracia é preocupar-se em garantir os direitos de toda a gente. Seja para aqueles que querem levar uma vida honesta, seja para todos aqueles que não prestam. E como se consegue garantir os direitos dos primeiros sem ferir a liberdade dos segundos? Esta é a grande questão que está a ser colocada ao mundo cívico e da sua resposta depende o futuro da Democracia. Não sei o que o futuro nos reserva mas seja o que for que vá acontecer daqui para a frente, só espero que esta saga de ataques terroristas não se torne também o pretexto que muita gente anseia receber para poder assassinar outras pessoas...de uma forma que também não lhe faça doer a consciência....

5 comentários:

  1. É aterradora esta nova realidade...

    http://observador.pt/2017/08/26/psicologos-tentam-explicar-mente-dos-atacantes-os-terroristas-nao-sao-psicopatas/

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    1. Té, segui o teu link e achei a noticia interessante. Vai de encontro aquilo que falei no post. Querem procurar sinais de psicopatia nos terroristas mas a verdade dura e crua é que são apenas miúdos delinquentes como tantos outros que vivem nos bairros sociais que não tem quaisquer objectivos nem vontade de fazer nenhum plano de vida. Eram filhos de imigrantes e por vias disso já não pertenciam a nada. Para os Árabes eles eram Espanhóis e para os Espanhóis eles eram Árabes. Quando perdemos a nossa identidade enquanto individuo temos tendência a procurá-la onde julgamos tê-la perdida e, por vezes, podemos encontrá-la da pior forma que existe. É como diz o artigo publicado no "Observador", quando um individuo que já vive há muito tempo à deriva tem de repente a possibilidade de deixar de ser um zé-ninguém e passar a ser um "Super muçulmano", ela não irá pensar duas vezes. Vai fechar os olhos e atirar-se de cabeça. São a porcaria das hormonas...

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    2. Francisco, o que é altamente chocante, terrível, é todo este "teatro", este dissimular de aparente normalidade, parecem realmente pessoas completamente banais, normais, e agem com a maior das naturalidades...riem, trocam piadas, compram umas sandes...mas com plena consciência do passo seguinte -- pegam numa carrinha e irrompem a alta velocidade com um único objectivo; Matar, indiscriminadamente, aleatoriamente, e quanto maior o número de vitimas, melhor.
      "são apenas miúdos delinquentes" - Não são.

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  2. Bem, as opiniões são muitas e as suspeições também.
    Isto nunca terminará porque estamos no Planeta Terra. A humanidade é na generalidade um lixo. Somos os ingratos e egocêntricos do pior. Mas o mais problemático é criamos e avançamos todos os dias na tecnologia de topo em vez de começar a corrigir a nossa espécie.
    E repudio este tipo de ataques, mas entendo que a religião os consuma tanto que eles acreditem afincadamente que aquilo é o correto. Seio-o porque, apesar de não ter neste momento religião - pelas razões óbvias - foi durante anos sugada por uma, e a acreditar que aquilo estava realmente correto. Mas é preciso pensar fora da caixa, é necessário abrir os olhos a milhões de pessoas. A começar pelos políticos. Queremos um mundo cívico e equilibrado, quando só nos preocupamos com dinheiro e alimentamos a hipocrisia do "está tudo bem".

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    1. Inês, não penso que alguma vez seja possível corrigir a nossa espécie a não ser que se possa arrancar os cromossomas que formam o nosso ADN e que representam a parte mais desagradável do nosso comportamento. Diga-se o que se disser, somos tão bons ou maus quanto a natureza nos fez. Ponto.
      Concordo contigo ao dizeres que devemos pensar fora da caixa mas se analisares isto bem facilmente concluirás que, em termos políticos, tudo o que foi feito na história do homem até aos dias de hoje visou impedir que ele fosse capaz de pensar pela sua cabeça e agir em causa própria. Venderam-nos a ilusão de que somos livres e, simultaneamente, criaram todo o tipo de obstáculos para que não possamos celebrar a nossa liberdade. Estamos a ser criados, cuidados e alimentados como se fossemos vulgares animais domésticos. Basta saber que o Nicolau Maquiavel foi considerado como o pai da politica moderna. Não se pode esperar que dali saia boa coisa...
      Para formar um mundo cívico e equilibrado teríamos que ser pensadores em causa própria e isso assusta os poderes instituídos.

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A frase mais estúpida que poderá ser dita aqui é: "Para Pensador pensas pouco..."
A mais inteligente é: "És tão lindo Pensador..."