Não estou a gostar nada disto..

De há uns tempos para cá, tenho testemunhado nos cafés e outros locais públicos, e isto com cada vez mais frequência, algumas conversas - quiçá nervosas - de teor racista, xenófobo e homofóbico...(Sendo essencialmente visados os Negros, Ciganos e Ucranianos..)
A malta anda a ficar cada vez mais nervosa e confesso que isso me tem preocupado bastante.
É sabido que é nos países analfabetos que se criam mais facilmente as condições adequadas para o surgimento de um genocídio.
E Portugal, apesar das paletes de Magalhães que estão a ser distribuídas pelas escolas e das boas estatísticas (Seria melhor dizer, boa aldrabice!) de sucesso escolar impingidas pela nossa Maria de Lurdes Rodrigues, continua, apesar de tudo, a ser um país imensamente analfabeto e com pouca sensibilidade para as questões do civismo.
Não duvidem. O nosso povo habituou-se a auto intitular-se como país cívico por vias de pertencer à Comunidade Europeia, mas na sua essência, ele continua grosseiro e brejeiro como há 50 anos atrás.
E porquê? Porque embora, hoje, se esteja a ensinar os filhos, a verdade é que ninguém quis se dar ao trabalho de ensinar os pais.
O Novas Oportunidades é hoje uma realidade, mas já vem com 20 anos de atraso.

Não sei o que o futuro nos reserva. Como pai, temo muito pelos meus filhos porque não gostaria que eles crescessem num mundo dominado pelo ódio, de modo a que possam ser criadas condições para que sejam felizes e fazê-los acreditar que a vida pode ser de facto, e apesar de tudo, ser considerada uma dádiva da natureza (Ou de Deus como preferirem..).
Alimento a esperança de que a razão acabe sempre por prevalecer sobre a emoção, mas confesso que já nutri uma esperança maior no passado. Surgiu-me um pressentimento mas espero estar enganado. Pelo menos desta vez...



6 comentários:

  1. ó Amigo...a teoria do burro velho não aprender linguas...adequa-se aqui...

    Há que fazer a nossa parte que é ensinar os nossos a serem pessoas no verdadeiro sentido da palavra (e não vou dizer tolerantes porque acho que esse não é o termo correcto para o caso....)e a fazerem deste um mundo melhor...

    Eu sei que faço a minha parte de modos que...não fico com pesos de consciência...

    ABRAÇOOOOOOOOOOOOOOOOO

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  2. Pensador

    Não somos mais nem menos preconceituosos que os outros povos. Não sei se é mais grave um racismo ignorante que um informado, sendo que ambos são graves.

    Há que acreditar e tornar o mundo infinitesimalmente melhor e mais doce com os nossos próprios exemplos de vida (e fazer por isso).

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  3. O objectivo da educação é a virtude e o desejo de converter-se num bom cidadão.
    (Platão)

    Ja o dizia Platao e isto ja foi em tempos idos...
    Ensinar e tambem mostrar que existe uma esperanca!
    Eu tenho esperanca e sabes porque??
    Primeiro porque ja coloquei duas criancas lindas no mundo e que tento de todas maneiras que sejam dois seres humanos formidaveis ( nao quero que sejam futebolistas, doutores, etc...) e segundo porque acredito que ainda hoje eu mesma continuo a aprender!
    kiss

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  4. A mentalidade das pessoas é o que mais custa mudar e o que mais tempo leva... cada geração é responsável por educar a próxima e por tansmitir valores, incluidno a tolerância, a compreensão, o civismo, etc., por forma a que no futuro a sociedade seja mais tolerante e compreensiva. Cabe-nos a todos nós fazer a nossa parte.
    Bjs

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  5. Estava para opinar mas a anuska já disse tudo!

    Abraço.

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  6. Para todos, A minha aflição não tem nada a ver com o não saber fazer a minha parte, será sobretudo o "vizinho" do lado não saber ou abster-se de fazer a parte dele e depois os meus filhos pagarem um dia pela sua incompetência!
    Isso obriga-me de certa forma a reformular tudo aquilo que aprendi na vida, agindo contra a maioria dos meus principios e valores que acredito, só para deixar os meus filhos mais preparados e aptos para se defenderem dos restantes um dia mais tarde.
    Para mim, agir desta forma, é uma sensação bastante angustiante.

    Um racismo informado tem sempre um maior grau de gravidade do que um racismo ignorante, mas nada consegue justificar ou desculpar nenhum deles.
    Sei que somos responsáveis por educar a geração seguinte para que mais tarde ela também saiba fazer o mesmo as gerações vindouras, mas a minha angustia reside sobretudo na percepção , que eu tenho, de que todo este trabalho/esforço está a ser feito em vão.
    Estou longe de ser um péssimista, acreditem! Encaro a minha vida com a maior alegria do mundo e tento sempre transformar a vida de quem me rodeia naquilo que mais se aproximar da felicidade, mas muito francamente, sou incapaz de ganhar grandes expectátivas, nem me passa pela cabeça de que algum dia o futuro do mundo possa vir a ser risonho.
    Cito apenas um exemplo;
    Imaginem que o mundo seja uma chavena de chá e que os humanos (do tamanho de um grão de café) vão se multiplicando dentro dela. A chavena irá encher, encher e encher sempre progressivamente até chegar o dia em que ela esgotará toda a sua capacidade de albergue e aí.....a castanha vai estoirar e vai ser muito mau para a humanidade!
    As etnias mais pequenas serão logo as primeiras a serem sacrificadas para alongar o tempo de sobrevivência das etnias maiores.
    Gostava imenso de poupar os meus filhos a tudo isso e fazê-los acreditar que a vida é uma dádiva, mas francamente não vejo como...

    Obrigado por terem recebido tão gentilmente este meu pequeno desabafo.

    Bjs e abs

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A frase mais estúpida que poderá ser dita aqui é: "Para Pensador pensas pouco..."
A mais inteligente é: "És tão lindo Pensador..."